Diante das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul desde o início de maio, uma rede de empreendedores se mobilizou para ajudar as cerca de 77 mil pessoas desabrigadas. A Defesa Civil relatou que muitos estão abrigados em espaços temporários, e em resposta a essa crise, surgiu a ideia de uma cozinha comunitária voluntária para fornecer refeições aos necessitados.
Em Porto Alegre, uma rede de empreendedores, liderada pelo chef Tiago Both, idealizou um projeto inspirador: uma cozinha comunitária voluntária que oferece refeições nutritivas e reconfortantes para 200 pessoas que perderam seus lares.
Chefe perde restaurantes para as enchentes e busca recomeço: “Estava enlouquecendo”
Negócios de Tiago Venturella Both em Porto Alegre foram vítimas da fúria das águas. As enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há mais de duas semanas causaram estragos incalculáveis, deixando um rastro de destruição e dor.
Entre as vítimas está o chef Tiago Venturella Both, que viu seus dois restaurantes em Porto Alegre serem inundados pela fúria das águas.
Both estima um prejuízo mínimo de R$ 100 mil e, enquanto as águas não baixam, ele se sente impotente diante da situação. “Eu estava enlouquecendo com essa situação”, confessa o chef, descrevendo a frustração de ver seus sonhos e trabalho sendo dizimados pela natureza.
Em vez de se lamentar, o empresário decidiu ajudar os mais necessitados.
Cozinha Voluntária: Mais que alimento, um refúgio para a alma
A iniciativa, que se desdobra em duas frentes:
- Produção de alimentos pela manhã;
- E compras e entregas de doações à tarde.– conta com a expertise de seis cozinheiros profissionais, três nutricionistas e aproximadamente 40 voluntários dedicados.
A cozinha voluntária criada por esses empreendedores conta com a expertise de seis cozinheiros profissionais, três nutricionistas e aproximadamente 40 voluntários dedicados.
Juntos, eles garantem que cada prato seja preparado com carinho e atenção, nutrindo não apenas o corpo, mas também a alma dos desabrigados.
A iniciativa foi encabeçada pelo chef Tiago Both, que inicialmente trabalhou na cozinha do abrigo na Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa).
Campanha de Doação e Desafios Logísticos
Para manter o projeto, Tiago Both lançou uma campanha de doação que arrecadou cerca de R$ 7 mil, usados na compra de verduras, legumes, grãos, frutas e proteínas.
Contudo, um dos principais desafios é a falta de infraestrutura em muitas cozinhas comunitárias, como geladeiras e refrigeradores que dificulta a compra e o armazenamento de carnes.
Para driblar esse desafio, a equipe busca soluções criativas, como o preparo de pratos que não necessitem de refrigeração.
A união da comunidade também é fundamental: diversos negócios locais contribuem com doações e apoio logístico, demonstrando a força da solidariedade em tempos difíceis.
Benefícios Além da Alimentação trazidas pela Cozinha Voluntária
Além de fornecer refeições, a iniciativa desempenha um papel fundamental na ocupação dos empreendedores envolvidos.
Tiago Both, que teve sua hamburgueria inundada pelas enchentes, destacou a importância de se concentrar em ações solidárias para enfrentar as adversidades. Para ele, “fazer o que sabe de melhor”, que é cozinhar, ajuda a superar este momento desafiador.
A criação da cozinha voluntária no Rio Grande do Sul demonstra a força da comunidade e a solidariedade em tempos de crise.
A união de empreendedores e voluntários não só fornece alimentação essencial aos desabrigados, mas também traz esperança e um senso de propósito aos envolvidos.
A iniciativa de Tiago e sua equipe é um exemplo inspirador de como a colaboração e a empatia podem fazer a diferença em momentos de necessidade.
Imagem: Canva / Edição: Roberta de Oliveira