Investir no exterior pode ser uma forma interessante de diversificar a carteira de ativos. E as vantagens não param por aí. Diante de momentos de instabilidade ou crise econômica interna, os investimentos fora do país também ficam resguardados.
E, o melhor, ao investir no exterior, você recebe os rendimentos e dividendos com a cotação de uma moeda mais forte. Talvez seja por todos esses motivos que, somente em 2021, houve um aumento de mais de 100% dos aportes brasileiros em ativos internacionais, segundo veiculado na Revista Veja.
No entanto, antes de começar a investir no exterior, é fundamental procurar saber um pouco mais sobre o segmento. Para ajudar você nessa tarefa, preparamos esse conteúdo exclusivo. Prossiga com a leitura e confira!
Vantagens de investir no exterior
Investir no exterior possibilita inúmeras vantagens para o investidor brasileiro. Não é à toa que, a cada ano, mais brasileiros apostam nessa opção.
Em grande parte, essa tendência acontece por conta da facilidade de investir no exterior a partir do uso da tecnologia. Afinal, é possível fazer aportes para fora do Brasil apenas utilizando o aplicativo da corretora ou do banco.
Além da facilidade, há outras vantagens que vale a pena mencionar. Entre elas, talvez o maior benefício seja a questão da moeda forte. O dólar e o euro, por exemplo, valem mais que o triplo do real. Além disso, há outros pontos que merecem ser abordados, confira quais são eles.
Rentabilidade
Conforme mencionamos, ao investir em uma moeda forte, os seus ganhos passam a ser mais rentáveis. Outro fator é que, diferente da Bolsa brasileira que possui menos de 500 empresas listadas, a Bolsa de New York, por exemplo, possui mais de 2 mil opções de ações.
Isso significa que há mais chances de investir em empresas com maior representatividade e rentabilidade. Esse é o caso, por exemplo, das companhias do segmento de tecnologia que são mais expressivas nos EUA que no Brasil.
Disponibilidade
Diferente da Bolsa brasileira, as bolsas americanas negociam ativos de empresas do mundo inteiro. Por isso, se você tem interesse em investir no exterior, focar nos EUA pode ser uma boa ideia.
Mas não se desanime. Caso você não tenha os requisitos necessários para abrir uma conta corrente nos Estados Unidos, ainda assim é possível investir no exterior, conforme mostraremos mais adiante.
Segurança
Se a sua preocupação é em relação à segurança ao investir no exterior, fique tranquilo. Seja por meio do Banco ou de corretoras especializadas, as operações são legítimas e seguras.
No entanto, vale dedicar um tempo para se certificar da idoneidade da corretora antes de fazer os aportes.
Dessa forma, você não corre o risco de cair em um golpe. Contudo, há diversas corretoras famosas e bem estabelecidas no Brasil. Mais adiante, mencionaremos algumas que vale a pena conhecer.
O que considerar na hora de investir no exterior
Antes de investir no exterior, conforme mencionamos, é preciso aprender o básico sobre o mercado de bolsas. Além disso, a dinâmica pode mudar conforme o país.
Se preferir você pode contratar um consultor especializado em investimentos ou contar com o próprio suporte gratuito que muitas corretoras oferecem.
Contudo, separamos alguns pontos de atenção que você deve considerar na hora de investir no exterior.
Declaração de Imposto de Renda
Quem pretende investir no exterior, precisa se lembrar de declarar corretamente todos os ativos junto à Receita Federal brasileira, por meio da Declaração de Imposto de Renda.
Segundo a legislação, todo brasileiro que tiver mais de U$100 mil fora do Brasil – em todo dia 31 de dezembro – deve informar esse bem na Declaração de IR do ano seguinte.
Declaração Anual de Capitais Brasileiros no Exterior – CBE
Além do Imposto de Renda, caso você tenha o valor igual ou superior a US$1.000.000,00 (um milhão de dólares dos Estados Unidos), também preciso declarar a CBE anualmente.
A CBE serve, justamente, para declarar a existência de capitais brasileiros no exterior. Para saber mais sobre esse documento e como elaborá-lo, você pode consultar o Manual do Declarante ou acessar o site do Banco Central.
Perfil de Investidor
Agora que você já sabe um pouco mais da burocracia envolvida na declaração de bens no exterior, é preciso avaliar qual o seu perfil de investidor.
Esse estudo serve tanto para aportes estrangeiros quanto nacionais. O perfil de investidor é um levantamento que identifica qual a sua tolerância em relação a riscos e experiência que possui sobre investimentos.
Por exemplo, uma pessoa com perfil conservador tende a não correr risco e prefere investimentos com menos rentabilidade porém mais seguros.
Já uma pessoa de perfil arrojado, topa correr riscos e prefere focar na alta rentabilidade dos ativos. Independente do seu perfil, a boa notícia é que ao investir no exterior, você possui opções de investimentos para todo tipo de perfil!
Planejamento financeiro
Outro ponto fundamental que precisa ser levado em consideração na hora de investir no exterior é em relação à necessidade de um planejamento financeiro.
Um planejamento financeiro eficaz envolve estratégias e ações que visam manter as finanças bem organizadas e sob controle.
Sem um bom planejamento financeiro, é possível que você tenha dificuldades na hora de investir no exterior. Isso porque é preciso saber quais foram os seus ganhos, quanto foi o seu investimento e qual o destino que você pretende dar para cada quantia que recebe ou gasta.
Reserva de Emergência
A maioria dos investimentos no exterior costuma trazer retornos financeiros após um tempo considerável, que pode facilmente chegar a 8 anos ou mais.
Dito isso, é importante que antes de começar a investir no exterior você tenha uma reserva financeira. Tal como o nome sugere, essa reserva envolve separar um valor considerável para casos de emergência.
Afinal, todos nós estamos sujeitos a situações inesperadas, como um acidente ou a perda do emprego.
Assim, ao contar com uma Reserva de Emergência, é possível que você tenha mais tranquilidade e sinta-se mais confiável para começar a investir. Além disso, caso você eventualmente perca a fonte de renda principal, não precisará mexer no valor investido.
Conheça os melhores investimentos
Após conferir quais os pontos principais que precisam ser considerados na hora de investir no exterior, é chegado o momento de conhecer quais são as melhores opções de investimentos internacionais. Vamos lá?
Fundos de investimentos
Os fundos de investimentos permitem investir no exterior sem a necessidade de mandar dinheiro para fora do Brasil
Isso porque, tais fundos são brasileiros e funcionam do mesmo jeito que os demais. Entretanto, as aplicações são voltadas para outros países.
Em outras palavras, os fundos de investimentos internacionais funcionam como uma carteira de investimentos compartilhada composta por ativos internacionais
Por exemplo, você pode aplicar no Banco Morgan Stanley ou em fundos temáticos que costumam performar bem lá fora, como os fundos em ESG ou os tradicionais fundos em ouro.
BDR
Os Brazilian Depositary Receipts correspondem aos Certificados de depósito de valores mobiliários. Um BDR é emitido no Brasil mas representa uma ação de companhia aberta de outro país.
Como exemplo, temos os famosos Mercadolivre, Meta e NVIDIA Corp. Na prática, esses títulos são negociados normalmente na B3, Bolsa brasileira.
Para adquiri-los, você pode contar com instituições depositárias nacionais, emissoras de BDRs, como a Toro.
ETF
Os Exchange Traded Funds é um fundo que opera segundo os índices de ações internacionais. Isso significa que o retorno é semelhante ao índice de referência.
Isso significa que o ETF ou traduzido para o português, Fundos de índice negociados em Bolsa, são um tipo de investimento passivo que performa de acordo com o desempenho de um determinado índice, como o famoso Nasdaq.
A Bolsa brasileira oferece mais de 60 títulos que acompanham índices internacionais. Entre eles, há opções do mercado chinês (XINA11) e até de bitcoins.
COE
Já o COE, Certificado de Operações Estruturadas, corresponde a um produto financeiro vendido por bancos e corretoras brasileiras.
O COE funciona como um tipo de pacote de ativos que traz características semelhantes a renda fixa e variável. Ele geralmente é composto por ações internacionais que pagam juros e derivativos.Além disso, os COEs podem ser atrelados aos índices do ouro e de moedas estrangeiras.
Para perfil conservadores, o COE pode ser uma ótima opção. Isso porque ele proporciona perdas e ganhos limitados.
Outra vantagem dos COEs é que, como no BDRs, eles não exigem o envio de dinheiro para o exterior. Ainda, possuem uma taxa de administração acessível que normalmente varia de 0,5% a 2% ao ano.
Como abrir uma conta no exterior
Conforme você acabou de descobrir, para investir no exterior você não precisa, necessariamente, abrir uma conta em outro país.
No entanto, se houver essa possibilidade, é possível ter acesso a uma opção ainda mais variada de investimentos em títulos e ações internacionais.
Mas como abrir uma conta no exterior? Primeiramente, você precisa pesquisar quais são as instituições do seu interesse. Na sequência, busque saber quais são os documentos exigidos por ela.
Isso porque, cada instituição possui suas próprias regras e exigências. Bancos tradicionais, geralmente, solicitam: comprovante de residência no mesmo país do banco, documentos pessoais, como passaporte e número do CPF estrangeiro, comprovante de renda e pagamento de eventuais tarifas de abertura da conta.
Por outro lado, você também encontra diversas opções de bancos digitais que costumam simplificar esse processo.
Esse é o caso, por exemplo, do N26. Essa fintech alemã já está presente em mais de 20 países, inclusive, no Brasil.
Para abrir uma conta no N26 é fácil, basta ter os documentos em mãos e um dispositivo conectado à internet. Entretanto, é preciso ter residência comprovada no mesmo país de abertura da conta.
Como abrir uma conta corrente em dólar no Brasil?
Outra possibilidade é a abertura de conta corrente em dólar, mesmo morando no Brasil. Esse serviço é disponibilizado pela Nomad, empresa americana baseada nos EUA com atuação no Brasil.
Com câmbios atrativos, o correntista do Nomad também conta com cartão de crédito internacional e não paga taxas de manutenção ou anuidade.
Quanto custa investir fora no Brasil?
Em outros tempos, investir no exterior era uma realidade muito distante para a maioria dos brasileiros.
Contudo, atualmente, o cenário é outro. Isso significa que é possível começar a investir no exterior com pouco dinheiro e contar com um retorno atrativo em moedas fortes.
Caso você opere com corretoras internacionais, é possível comprar frações de ações por apenas R$5,00 ou R$10,00.
Já em operação com corretoras brasileiras, existe a possibilidade de comprar ETFs estrangeiros por menos de R$10,00 a cota.
Quer outro exemplo? O BDR da Apple custa menos de R$100,00 e o BDR do Google não chega a R$500,00. Lembrando que, nessas opções, não é possível obter frações.
Percebe como é possível investir no exterior ainda que você não tenha um orçamento muito elevado?
Corretoras brasileiras para investir no exterior
Aprendeu o básico sobre investir no exterior e está preparado para aumentar os seus ganhos e alcançar a independência financeira? Então conheça 5 corretoras com sede no Brasil que operam com investimentos internacionais:
Após a leitura desse material, conseguiu perceber como pode ser fácil e simples investir no exterior? Seja por meio de uma conta corrente americana ou através de uma corretora brasileira, atualmente, esse tipo de investimento se tornou muito mais acessível.
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